Igreja Matriz de Montalvão
Assim popularizada, pode igualmente designar-se por Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Graças, de Montalvão (como, aliás, consta em antigos registos paroquiais). Está atualmente integrada no Arciprestado de Ponte de Sor ( outrora de Nisa), diocese de Portalegre – Castelo Branco.
“A paróquia de Montavão pertenceu inicialmente à Diocese de Évora onde se manteve até 1260, data em que transitou para a Diocese da Guarda. Em 1549 foi integrada na Diocese de Portalegre. A apresentação do pároco-vigário, freire professo da Ordem de Cristo, foi da jurisdição da mesma ordem e, posteriormente, da Mesa de Consciência e Ordens. Pertence atualmente à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, Arciprestado de Nisa. Tem por orago Nossa Senhora da Graça.”
“Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a Igreja Matriz de Montalvão, que foi comenda da Ordem de Cristo, destaca-se na malha urbana pela imponência dos seus volumes. Edificada no século XIV ou final do XIII, ficou concluída em 1568, tendo sido depois objecto de campanhas de obras de época quinhentista e barroca. Já no século XX, outras intervenções, certamente de consolidação e restauro, alteraram a estrutura de apoio quer das naves laterais quer do coro.
O portal principal é um dos poucos elementos que restam da primitiva construção. Inscrito em gablete de remate triangular, desenvolve-se em arco de volta perfeita formado por arquivoltas triplas que assentam em colunelos com capitéis de folhagens. É sobrepujado por um óculo mais recente, e flanqueado por duas frestas. A fachada, em empena, é mais larga do que alta, facto ainda mais evidenciado pelas torres que a ladeiam e se elevam bem acima da linha dos telhados. Uma delas é mais alta, mas ambas apresentam panos cegos, apenas abertos pelas sineiras, com pedraria aparente nos cunhais e remate em coruchéu.
No interior, de características já quinhentistas, o espaço divide-se em três naves, separadas por arcaria de volta perfeita, assente sobre colunas, definindo cinco tramos, sendo que os arcos na área do coro são mais baixos.
A zona da cabeceira é, no entanto, mais recente, apresentando tecto em caixotões e retábulo de talha polícroma numa composição que recorda os modelos proto – barrocos. A ser original, foi profundamente alterada e repintada.
Quanto aos restantes altares, os dois colaterais são de talha dourada barroca e, na nave, ganha especial interesse a capela do século XVII, aberta por arco de volta perfeita inscrito numa estrutura de pilastras e entablamento em granito, e um outro retábulo em mármore de Estremoz, já do século XVIII.”